“A música é o instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”. A frase é de Platão, um dos maiores pensadores da História. E ele estava certo: a educação musical estimula áreas do cérebro e desenvolve habilidades importantes, como a coordenação motora, a concentração e a socialização.
Se você já toca algum instrumento musical, deve saber do que estamos falando. Se ainda não, está na hora de começar! Aprender música aguça a percepção e desenvolve o raciocínio, mas não é só isso… a música também ensina autodisciplina, paciência e sensibilidade. “Todos precisamos de uma válvula de escape, algo que nos ajude a expressar nossas emoções, sentimentos e vontades. A música proporciona essa liberdade e isto ajuda a vida a ser mais leve“, defende a psicóloga Fernanda Rossi Bergamo.
Daí a importância do aprendizado musical
para crianças e adolescentes. Quando trabalhada desde a infância, a
música faz com que a criança adquira uma maior facilidade para o
entendimento de outras áreas do conhecimento, recebendo normalmente
notas mais altas na escola. Além disso, a criança adquire uma estrutura emocional e psicológica que lhe fornecerá bases para uma vida mais saudável.
“Já é comprovado cientificamente que o estudo musical desde a infância
contribui, e muito, para o desenvolvimento psicológico e social da
criança, além de facilitar a percepção musical quando maior”, completa
Dhemy de Brito, professor musical e regente de canto infantil na cidade
de Santa Fé (PR) desde 2008.
Outro grande benefício que a música proporciona é o espírito de equipe. “Criança gosta de criança, por isso é importante que os pais busquem por escolas que estimulem o trabalho em grupo,
seja no esporte ou na música”, destaca Fernanda. Para que uma orquestra
ou mesmo um dueto tenha sucesso, todos os participantes têm que
trabalhar em conjunto, respeitando o ritmo de cada um, ajudando o outro e
pedindo ajuda quando necessário.
Hoje em dia, saber trabalhar em equipe é
algo muito valorizado pelas empresas e organizações. “Dificilmente
fazemos música sozinhos. O estudo pode ser individual, mas a prática
provavelmente será realizada em grupo. A interação entre músicos é muito forte e a troca de informações é constante,
por isso a música é uma boa maneira de melhorar o convívio social”,
reforça Daniel Mazini, professor de bateria no Instituto de Bateria
Northon Vanalli de Presidente Prudente (SP).
A música também trabalha o respeito, a memória e a persistência da criança. De acordo com o professor de bateria, dedicação e talento são as palavras-chave para se tocar bem um instrumento musical. “Dentro do aspecto dedicação,
uma grande parte está relacionada ao tempo gasto com o instrumento,
então é claro que começar cedo ajuda muito, até pelo fato de que nesse
período a criança tem mais facilidade para o aprendizado”, finaliza.
NA PRÁTICA
Agora que você já entendeu a importância da música para o aprendizado infantil, deve estar se perguntando: onde meu filho pode aprender a tocar um instrumento musical?
A dica é do professor de bateria Daniel Mazini: “Procure sempre por
escolas idôneas, para que haja um estudo das formas corretas, com
embasamento teórico e que coloque a criança no caminho musical correto”.
Faça uma pesquisa na Internet e busque indicações de amigos e conhecidos.
Procure conhecer a história e a trajetória da escola de música antes de
matricular o seu filho. E mesmo depois que ele já estiver assistindo as
aulas, acompanhe o seu desenvolvimento, conversando com o professor e
assistindo aos exercícios que ele realizar em casa.
De acordo com o professor Dhemy de
Brito, os governos pouco contribuem no ensino musical nas escolas. “Eu
sou defensor do ensino de canto coral para todas as crianças! O aluno, depois de musicalizado vocalmente, terá mais segurança em escolher o instrumento que mais lhe agradar“.
Ainda segundo ele, o trabalho vocal tem sido um dos meios que muitos
professores encontraram para inserir uma atividade musical no contexto
escolar. “Há muitas práticas corais envolvendo percussões corporais, que
facilitam o trabalho nas questões financeiras e ajudam no
desenvolvimento musical”, aponta.
MAS QUAL INSTRUMENTO MUSICAL EU DEVO ESCOLHER?
Assim
como os brinquedos e a prática de algum esporte, os instrumentos
musicais têm a ver com habilidade e gosto. Segundo a psicóloga Fernanda
Rossi Bergamo, a decisão é da criança, mas quem proporciona a possibilidade são os pais.
“Ela precisa conhecer e brincar com os vários instrumentos existentes:
tocá-los, manuseá-los, ouvir o som que eles produzem. Tudo isso irá
ajudar na escolha de qual instrumento ela quer tocar”, explica.
Mesmo depois de escolhido o instrumento
musical, é recomendado procurar por modelos mais acessíveis
financeiramente, já que a chance de seu filho desistir do aprendizado é
muito grande. “O melhor instrumento musical é aquele que cabe no seu
bolso. O fato de um instrumento ter mais ou menos qualidade não
qualifica o músico nem o estudante, e sim o quanto cada um pode fazer de
música quando estiver com ele em mãos”, destaca Daniel Mazini. É
importante também que você deixe claro para o seu filho que
instrumentos melhores virão conforme ele cresça dentro da área que
escolheu.
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