A compreensão sobre o mecanismo respiratório e sua importância no processo fonatório, pode auxiliar no desenvolvimento da resistência vocal e coordenação pneumofônica direcionadas ao canto.
A respiração para a voz cantada é diferente da voz falada, porque o cantor precisa aprender a regular constantemente o gasto de ar de acordo com a intensidade, a altura tonal, o timbre, a extensão e a duração da frase a ser cantada.
Assim como para outros profissionais, é importante que os cantores sejam submetidos a treinamento de controle dos músculos respiratórios durante a expiração, pois quanto mais longa a frase e a restrição quanto ao número de inspirações, maior o controle e responsabilidade desses músculos. É necessário também um treinamento para ampliação da capacidade de inspiração visto que muitas vezes precisa-se de maior quantidade de ar para falar e cantar.
Ainda há uma discussão sobre o melhor tipo respiratório para o canto, porém, atualmente não há a valorização deste critério como antigamente, pois as escolas de canto têm priorizado a coordenação entre a respiração e a produção da voz, essa coordenação ou controle é popularmente conhecido como APOIO.
Outra questão discutida é em relação à orientação que o aluno recebe para não mover os ombros durante a respiração...
Durante a inspiração se os ombros forem elevados, o limite da caixa torácica será liberado parcialmente, propiciando uma entrada de ar mais rápida, portanto no canto essa manobra pode ser utilizada em situações de exigência de grande fluxo de ar, como em dinâmicas que tenham muita intensidade.
Gosto de comparar a respiração com a gasolina de um veículo. O combustível adulterado traz inúmeras consequências ao desempenho do carro, que por sua vez pode até "andar"... Mas com o passar do tempo o rendimento diminui. Diferente dos benefícios que a gasolina aditivada traz ao carro.
O ciclo respiratório divide-se em inspiração e expiração. O grau de movimento e a força respiratória modificam a partir da demanda respiratória. Dentro da produção vocal o ciclo respiratório altera conforme a comunicação, quanto mais variações de intensidade e entonação, maior a exigência da resistência vocal, que está diretamente ligada à respiração quanto à capacidade vital.
Na respiração silenciosa o ar deve entrar pelo nariz para que seja filtrado, aquecido e umidificado, chegando aos pulmões em melhores condições. Durante a fala porém, a respiração é feita de modo buconasal, ou seja, o ar entra pela boca durante a fala e apenas em pausas mais longas a inspiração é feita exclusivamente pelo nariz.