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Perdendo este objetivo de ressonâncias e focando-se exclusivamente em produzir grande massa sonora, é comum alguns cantores sentirem desconforto e tensão no trato vocal. Criando pressão e tensão excessivas, a produção da voz fica comprometida porque a laringe não está livre para vibrar; além do fato de que não há muito como se produzir uma ampla massa sonora com uma caixa amplificadora – sendo no caso da voz, a boca – fechada. É interessante observar que o humming é um exercício básico para a correta fonação, indispensável em qualquer tipo de terapia fonoaudiológica, não importando o tipo de patologia a ser tratada, seja um nódulo, uma fenda ou qualquer outra coisa.
Mas o nome, de fato, é o menos relevante, o que importa mesmo é fazer com conforto e ressonância. Acho que aqui cabe perfeitamente lembrar do Enrico Caruso quando dizia que cantor tem que ter cara de bobo, queixo deve estar bem solto, largado. Este, aliás, é um erro comum dos cantores, projetarem a mandíbula para frent enquanto cantam. Oriento sempre meus alunos a se ouvirem muito pouco quando estão praticando desta forma, e que busquem sentir mais as vibrações na máscara causadas pelo som. Depois de estarem bem conscientes desses lugares da voz, peço que abram do /m/ para as vogais, de forma mais clara, pura e definida que possam emitir — o “A” não pode virar “Ô, por exemplo— , com o cuidado de que saiam exatamente de onde deixaram o humming, para que a voz falada seja rica em harmônicos e tenha boa projeção e fique longe de estar presa na garganta.
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